segunda-feira, junho 21, 2010

Círculo vicioso de Souchard

No meu primeiro dia de curso de RPG (reeducação postural global) no lindo Instituto Philippe Souchard (acho que fui a primeira turma que estudou no recém-inaugurado instituto, tudo novinho e com cheiro de cola de fábrica), depois das devidas apresentações, foi colocado no quadro o seguinte desenho:



E a partir deste dia comecei a ver o paciente como um todo, saindo um pouco da linha da faculdade que te ensina a tratar um joelho olhando apenas para o joelho e não para o quadril, um ombro esquecendo completamente da coluna e cotovelo, e por aí vai...

Encare estrutura como o seu corpo, cada região equilibrada com a outra, sustentando seu peso o dia todo e suas atividades específicas do dia a dia. Tudo pode mudar esta estrutura. E uma mudança na estrutura gera um desequilíbrio, que a médio ou longo prazo gerará incômodos como formigamentos, parestesias, e dor.

No gráfico, “formas” diz a respeito da morfologia do corpo, ou seja, estudo científico da estrutura e da forma do nosso corpo. Funções são as nossas atividades tanto do trabalho como de recreação. Tanto a nossa forma, como nossas atividades mudam a nossa estrutura, mudam nosso modo de sentar, andar, ficar parado em pé, etc. Psíquico e somático diz quase a mesma coisa, são alterações do humor ou estresse que mudam nossa postura diária, causando problemas estruturais.

Energia que entra e sai do corpo podemos encarar apenas como alimentação e ar, mas para quem acredita terapias alternativas, esta energia é muito mais do que isso. E a sensibilidade, neste caso, é a sensibilidade do terapeuta para encontrar os pequenos desequilíbrios na estrutura, ou na forma, ou no psíquico do paciente para procurar a cura e correção da estrutura.

O problema não é tão simples. Sempre vamos ao médico/fisioterapeuta/RPGista quando o problema está crônico, e como a estrutura pode alterar o humor e nossas atividades, e, o humor e nossas atividades podem alterar a estrutura, vira um círculo vicioso e saber o que veio primeiro, e é, portanto, a causa do sintoma (formigamento, parestesia, dor) é um bom desafio para o profissional.

Um comentário:

Renata Batista disse...

Interessante... Mas é por ai mesmo que devemos avaliar os pacientes (no meu caso alunos), o que está "indiretamente" provocando a dor... ótimo post!