segunda-feira, junho 14, 2010

Fáscias e seu tensionamento

                Anatomicamente a palavra “fáscia” designa uma membrana de tecido conjuntivo fibroso de proteção de um órgão ou de um conjunto orgânico; ou também empregada para designar tecidos conjuntivos de nutrição.

                Um conceito criado pelos osteopatas fala que fáscia não representa uma entidade fisiológica, mas um conjunto membranoso, muito extenso, no qual tudo está ligado, em continuidade. Ou seja, uma entidade funcional onde órgãos, músculos, ossos, e outros tecidos estão interligados.

Toda parte branca e os fios brancos entre os músculos representa o conjunto fascial

                O menor tensionamento, ativo ou passivo, da fáscia em qualquer região do corpo, repercute sobre o conjunto. E é exatamente nisso que se apoiam as técnicas modernas de terapia manual.

                Assim como todos os tecidos, o conjuntivo é formado por células conjuntivas: os blastos. E sua função é apenas a secreção de duas proteínas de constituição: o colágeno e a elastina. Como todas as proteínas, as duas renovam-se, mas a elastina é uma forma estável, enquanto o colágeno modifica-se a vida toda.

                Ainda é desconhecido o fator excitante que provoca a secreção de elastina. Por outro lado, o fator excitante para a secreção do colágeno é conhecido há anos: o tensionamento do tecido. Há duas maneiras de secreção do colágeno:
  • ·         Se a tensão é contínua e prolongada, as moléculas de colágeno instalam-se em série.
  • ·         Se o tecido suporta tensões curtas e repetidas, as moléculas instalam-se em paralelo.

Ou seja, o primeiro caso é quando o elemento conjuntivo se alonga, devido a uma força de tração ou alongamento. No segundo, a densificação do tecido, que se torna mais compacto, mais resistente e menos elástico, o que conhecemos popularmente como os nós de tensão.

Muitos problemas dolorosos são decorrentes de tensões anormais que a fáscia suporta. Todo o sistema muscular, ligamentar, capsular, tendíneo tornam-se dolorosos se sua ativação prolonga-se normalmente; trata-se aqui de uma tensão normal e persistente. São raramente dores intensas; em geral são perfeitamente suportáveis. No entanto, sua duração, sua persistência, suas recidivas frequentes tornam-se rapidamente intoleráveis. São essas dores de tensão que fazem o sucesso da terapia manual, que geralmente os médicos não tem armas contra elas.

Fonte: BIENFAIT, M. Fáscias e Pompages Estudo e tratamento do esqueleto fibro. 1999

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